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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Polícia Militar Deve Ser Extinta

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Por: Aline Frazão.

O leitor desavisado que vê o título já deve pensar: a autora do texto não está em seu juízo normal, e deve se perguntar: Sem a polícia, chamaremos quem para nos socorrer? O Batman ou o Chapolin Colorado?


Mas o fim de uma polícia militarizada não leva necessariamente à extinção do policiamento. As pessoas pouco sabem sobre desmilitarização.

Durante cinco anos, o jornalista Caco Barcellos investigou assassinatos cometidos pela Ronda Ostensiva da Polícia Militar de São Paulo, conhecida como Rota 66. A investigação levou à identificação de 4.200 vítimas. Todos pobres, e na sua maioria, negros. A polícia, em sua veraneio, perseguia os jovens nas ruas, e se achasse um negro, ou um jovem com características de pobre, ele era executado.

Um verdadeiro extermínio cometido com grande crueldade. Do trabalho de jornalismo investigativo, surgiu o livro Rota 66. O escritor e jornalista teve de se ausentar do Brasil durante um bom tempo, pois depois da publicação da obra, ele passou a receber ameaças, principalmente por parte de coronéis da PM.

Mas por que a PM é tão violenta?

A Polícia Militar surgiu no século XIX com a implantação da República no Brasil. Mas foi durante a ditadura militar, entre os anos de 1964 e 1985, que ela ganhou força. A estrutura daquela época persiste até hoje.

Por isso ela é truculenta, pois é treinada para trabalhar com a ideia de um inimigo permanente, que muitas vezes são os cidadãos desarmados que vão para as ruas protestarem por melhores condições de vida, como aqueles que protestaram em junho de 2013 durante a Copa das Confederações.

Todos são omissos perante a violência da polícia: a grande mídia, a justiça, o Estado... A polícia mata (os pobres é claro), porque sabe que dificilmente será punida, já que não é julgada pela justiça comum, como o restante da população, e sim, por seus próprios tribunais.

O fato curioso é que mais de 70% dos próprios militares são a favor da desmilitarização. Ou seja, eles reconhecem a falha do sistema, e assim como os cidadãos, eles também são vítimas do Governo, que é quem dita as regras do jogo.

O treinamento da polícia militar é humilhante, como já foi mostrado em vários filmes brasileiros. Eles são tratados como militares, e por isso, nunca vão tratar os cidadãos como pessoas com direitos civis.

A desmilitarização não significa desarmar policial ou tirar o uniforme deles, mas sim, mudar a estrutura da PM. Faz-se necessário... Caso isso ocorra, a Polícia Militar se tornará Polícia Civil, o que representaria a união das polícias. Outro ganho para a população. Com polícias unidas, o trabalho seria muito mais eficiente e representaria menos gasto público, pois seria apenas uma organização, e não duas.

O fim da polícia militar está sendo discutido no mundo todo e não pode passar em branco no Brasil. Ele deve vir acompanhado de outras ações como, por exemplo, a legalização, e consequentemente a regulamentação, produção, comércio e consumo de alguns tipos de drogas. A guerra contra as drogas há muito fracassou, e por causa dessa guerra o militarismo ainda é mantido.

E enquanto estudiosos pesquisam e defendem a desmilitarização e união das polícias civil e militar, outra parcela da população pede intervenção militar. Pra quem tem um mínimo de bom senso e um pouco que seja de conhecimento de história, sabe que o militarismo não condiz com o serviço que a polícia deve prestar, que é o de garantir a ordem pública.

Essas pessoas que clamam pela intervenção militar, em sua maior parte eleitores de direita (formados pelos ricos, que neste caso a PM se esforça para proteger), poderiam ter o seu problema facilmente resolvido. Basta ir para o Complexo da Maré, favela do Rio de Janeiro que está sob ocupação militar do Exército desde o dia 5 de abril deste ano. Lá a ditadura já está instalada. São inúmeras denúncias de abusos e violência contra seus 130 mil moradores... Mas, quem liga mesmo para favelados?

Fonte: EBC

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