Por Esequias Caetano
Desde a derrota nas eleições de 2014, um grupo de ultra-direitistas brasileiros tem feito protestos e passeatas pedindo o impeachment ou a intervenção militar para a retirada da presidente Dilma do poder. Foi criada, inclusive, uma petição online colhendo assinaturas para o pleito que, certamente, resultará em fracasso dada a falta de legitimidade do movimento que sequer é apoiado pela cúpula do partido derrotado nas urnas, o PSDB.
Um dos críticos mais vorazes do Partido dos Trabalhadores, o ex-governador de São Paulo e vice presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, chama de "irresponsabilidade compactuar com esse tipo de ato" (Folha, acesso em 03/11/2014). Para ele, que lutou contra a ditadura militar no Brasil, não há qualquer justificativa para um pedido de impeachment, já que não há qualquer indício de fraude eleitoral. Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e que também faz parte da cúpula do PSDB considera inaceitáveis os protestos pedindo intervenção militar. Conforme explica, "nós que lutamos pela democracia não podemos aceitar esse tipo de coisa", embora reconheça que as pessoas tem o direito de se manifestar (Estadão, acesso em 03/11/2014).
Não houve ainda qualquer manifestação por parte do Palácio do Planalto sobre os protestos, mas é bem provável que isso não aconteça dada a sua falta de legitimidade, ausência de adesão da oposição ao governo e adesão popular insignificante diante dos números do resultado das urnas. Em todo caso, gostaria de indicar um documentário sobre a Ditadura Militar no Brasil, produzido por Alípio Freire, no qual são retratadas algumas das implicações desse tipo de intervenção:
